sexta-feira, 25 de março de 2011

A Coisa na Soleira da Porta

Sentado na soleira de uma casa qualquer
Observando as sombras que vão e vem de algum lugar
É apenas mais um objeto semimorto, sem vida e inerte
Pouco se importa se está morto ou se deseja estar

Os peões apenas continuam representando em seu show de marionetes
Que cada vez mais procurando reflexos em uma imagem adulterada
Seguindo sempre a mesma estrada programada, pagando o pedágio
Se preocupando apenas em manter suas máscaras sociais


Mas continua em  seu quarto escuro procurando refúgio
A coisa se encontra com uma viola na mão e versos na cabeça
Tentando fugir de um mundo que lhe trás repudio
De um mundo que lhe trás incertezas


Apenas esperando os dias chegarem um a um
As horas passarem em sua cama, apenas com seus pensamentos 
Esperando as miragens se tornarem paisagens
E as pessoas voltem a se tornar pessoas


Mas em um deserto há apenas miragens....

                                                           (Moonlight Rider)

sexta-feira, 11 de março de 2011

O Fantasma Enterrado nas Ruínas

Escondido neste casulo sombrio
No fundo desse soturno oceano
Esperando que o som de sua voz me ajude a criar asas
E essas asas me ajudem a sair deste buraco

Repousando em trevas eternas
Cuja única luz é um vaga lume ao longe
E aguardando até que o vaga lume te guie
Eu estarei dormindo aqui

Como um fantasma do passado
Um ser que clama imcompreendido
Com um desejo atroz de reencarnar
Estarei esperando aqui

Como um enigma esperando ser decifrado
Submerso pela areia do tempo
Em um templo maia de mil anos
Estarei esperando aqui

Como os corais que jazem presos
No perverso e escuro fundo do mar
Aguardando pelo raio de luz
Estarei esperando aqui

Até que seu planeta e o meu se encontrem
Em um eclipse centenário
Ou que um buraco negro me transporte para sua galáxia
Eu esperarei aqui...

                                                                    ( Moonlight Rider)

sexta-feira, 4 de março de 2011

O Pirata Cósmico II

Viajando pelos neons da noite
Trafegando como um cometa sem rumo,
O pirata cósmico sai em busca de sua estrela cadente
Sem medo do risco de ficar preso na órbita de uma galáxia distante

Ele já não tem medo dos fantasmas que assombram Marte
Ou da poeira cósmica que polui outros universos
Pois ele descobre que buracos negros não passam de portas que se abrem
Apenas átomos corrompidos pela força de um desejo egoísta

O pirata cósmico retorna ao seu mundo, tendo como companhia a exaustão
E a súbita esperança de que um grão de areia não tenha abduzido a Terra
Sua única ambição é que as coisas retornem ao seu lugar de origem
E que a natureza siga novamente o seu curso...
                   
                                                                                               (Moonlight Rider)